segunda-feira, 3 de março de 2008

tédios & cotidianos

tremo as mãos traçando textos sobre tédios
e outras tantas ranhuras nos versos sobre cotidianos e restos.
desisto,
tremo diante dos espinhos que brotam de dentro para fora,
não dos cactos que vivem ao chicote do sol
e aos solavancos do vento,
(vitória lenta...)
tremo diante dos espinhos que brotam entre costelas e vértebras
em movimento,
(veneno lento...)
o sol não passa de
um fosco toco de brasa,
no céu nada passa
nem chuva
urubu ou garça
consciente de tudo que me assombra,
acordo?
aparo a barba com letárgica calma
fazendo do roçar da lâmina
o único carinho em minha alma.

Um comentário:

Marina disse...

MARAVILHOSO, André! E esse final lindo lindo! Adorei! :)

Beijos